O Ministério da Cultura, Carioca DNA e Das Lima apresentam
BUSÃO DAS ARTES
O Busão das Artes é um projeto itinerante de ciências e meio ambiente que mostra como o mundo microscópico pode ser entendido e vivenciado através da arte contemporânea. Depois de passar pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, em 2024 o ônibus mais surpreendente do Brasil visita o Espírito Santo!
Horário de funcionamento:
quarta, sexta, sábado e domingo, das 9h às 17h
quinta-feira (horário estendido): das 9h às 21h.
Agendamentos: agendamento@mundomicroscopico.busaodasartes.com.br
ou pelo Whatsapp (27) 99604-8050
Visitas agendadas das 9h às 11h e das 15h às 17h
Premiado curador interdisciplinar com ampla atividade no Brasil e no exterior. Trabalha na fronteira entre a arte e a tecnologia, produzindo exposições, museus e projetos que buscam proporcionar experiências de imersão por meio dos sentidos e da percepção. É membro do conselho de várias instituições internacionais e mentor de artes visuais do Art Institute of Chicago.
Físico e Doutor em cosmologia pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCTI). Pesquisador do Instituto de Cosmologia, Relatividade e Astrofísica (ICRA-BR) da mesma instituição, onde também atuou como professor de história e filosofia da ciência. É professor, palestrante e consultor de diversas instituições. E foi curador do Museu do Amanhã (Rio de Janeiro).
Alguns dos avanços mais signifcativos de nosso conhecimento sobre o mundo natural envolvem a noção de Diversidade. Todos sabem, pela experiência direta dos sentidos, que a Natureza exibe uma variedade aparentemente ilimitada de seres, formas, e processos. Em particular, os sistemas compostos de redes de organismos em interação – os chamados biomas – são muitíssimo variados, compreendendo numerosos indivíduos engajados em diferentes modos de relação. Mas o que pesquisas recentes têm demonstrado com crescente clareza é que a diversidade também se dá internamente, isto é, grande parte desses organismos são eles mesmos habitats para outros seres vivos.
Dito de outro modo: os seres vivos não apenas pertencem a um sistema de relações em comum – um ecossistema externo – como também formam o ambiente para toda uma outra gama de relações com micro-organismos – um ecossistema interno. São estas redes dentro de redes, ordenadas segundo escalas diversas de dimensão, que efetivamente compõem o tecido da vida. Como entes altamente complexos, os humanos não escapam a esta regra: somos o resultado de nossa herança ancestral de Homo sapiens em uma longa coabitação com uma miríade de micro-organismos, o chamado microbioma humano. Somos indivíduos porque somos multidão: é a partir da colaboração e do conflito com esta legião microscópica invisível que nos tornamos capazes de realizar a maior parte de nossas funções vitais – ou então ser afligidos por moléstias perigosas. A Ciência e a Arte vêm assim nos revelar, para além do que estamos acostumados a ver, o quanto cada um de nós é extraordinário!
Micélio é o conjunto de filamentos que constitui a parte vegetativa dos fungos, se espalhando no subsolo, por vezes em grandes extensões. Ele também é a inspiração da obra de Jaider Esbell que ocupa o chão das praças onde se instala o Busão. O micélio é como se fosse a internet da natureza – conecta as plantas entre elas, opera como uma interface entre as plantas e o solo, e tem o poder de expandir a consciência humana. A interação entre fungos e bactérias é uma das mais antigas colaborações – e competições – da natureza, e uma das maiores promessas da Ciência contemporânea está em desvendar o potencial transformador dos fungos.
As placas de Petri, usadas para cultivar bactérias em laboratórios, são a inspiração para a artista Suzana Queiroga criar uma experiência tridimensional dos nossos corpos se entrelaçando com camadas de culturas bacterianas, em escala humana. Com suas cores, formas orgânicas e volumes, a instalação põe em justaposição duas escalas diametralmente distintas – a macroescala em que vivemos e a microescala onde vivem as bactérias.
Obra de Vik Muniz. Somos ecossistemas – seres compostos de seres. Assim, nossa identidade advém da diversidade! Umbigos: habitats de microbiomas específicos, mais distintos que as impressões digitais! As cidades – vastas comunidades humanas – também se distinguem pela variedade de microbiomas umbilicais de seus habitantes!
Obra de Walmor Corrêa. Pikaia gracilens: ancestral dos vertebrados. Organismo mais antigo com cordão nervoso (precursor da medula) paralelo ao tubo digestivo. Nos humanos, o paladar tem função crucial na escolha do que se pode comer. A evolução humana se deu em colaboração com a evolução do microbioma. Ex. A cada beijo, milhões de bactérias bucais são trocadas!
A Merda de Artista, uma obra seminal de Piero Manzoni (1933-1963), é uma latinha que guarda as fezes do artista conceitual italiano, como se ali dentro conseguisse preservar algo de sua identidade biológica, do que o torna singular. Essa obra desafiou os limites do que pode ser chamado de arte e criou uma linha tênue entre o que são a produção humana e a produção artística. No ambiente natural, os resíduos são sempre reconvertidos em nutrientes, justamente pela ação dos micro-organismos.
Quais ‘outros’ estão dentro de todos nós, o quanto ‘deles’ estão presentes e onde? Descubra em duas experiências especiais: Pesar em uma balança o quanto de seres não-humanos estão no corpo de cada visitante e como é feita a distribuição dos ‘outros’ nas diferentes partes do corpo.
Coabitação dos microbiomas com os seres humanos: sempre dinâmica! Atividade constante do microbioma indispensável para uma série de funções de nosso metabolismo – da geração de odores à assimilação dos alimentos. Ocupação por bactérias benéficas impede e controla a invasão por organismos indesejáveis; nossos biomas estão sempre selecionando, favorecendo umas e repelindo outras.
O que não sabemos sobre as bactérias, os fungos e os vírus? Participe da nossa aventura de explorar a multiplicidade de seres invisíveis que sustentam o mundo visível!
“A experiência e o saber que dela derivam são os que nos permitem apropriarmos de nossa própria vida” – Jorge Larrosa
O Busão das Artes tem como objetivo despertar o interesse, através da experimentação , sobre ciência e arte. O público vai aprender mais sobre o mundo dos vírus, bactérias, fungos e como eles se manifestam no dia a dia. O divertido será descobrir que esta multidão de seres nos torna únicos.
A equipe de arte-educadores é responsável pela mediação do público, a partir de uma metodologia própria e interdisciplinar, que reforça a necessidade de múltiplas leituras para compreensão e acesso democrático à cultura, e para a formação do pensamento crítico.
Os visitantes recebem um kit para realização das atividades que serão feitas a partir da visita ao Busão. Clique aqui para o download do material.
De acordo com Luiz Alberto Oliveira, o eixo comum que liga as duas etapas do Busão é o conceito de diversidade: “Na primeira etapa, o projeto apresentou a diversidade interna que nos constitui, tratando de nossa bioflora ao falar de fungos e bactérias. Nessa renovação do Busão, abordamos a diversidade do mundo externo e tudo aquilo que assimilamos dele. Vamos pensar criticamente sobre nossa prática de retirar e processar elementos do meio ambiente, devolvendo a ele os resíduos deste processamento. É preciso questionar essa economia e fazer uma reflexão acerca
do uso de tudo aquilo que nos é comum, reavaliando a circulação dos bens naturais que nos sustentam”.
“Nós não apenas pertencemos a um ecossistema, como cada um de nós é em si um ecossistema.O Busão traz a proposta de funcionar como uma espécie de realfabetização sensorial e cognitiva, para apresentar um conceito original do século XXI: a diversidade integra unidades”, avalia Marcello Dantas.
“Em razão da pandemia de Covid-19, as pessoas acabaram aprendendo mais sobre uma série de processos não perceptíveis a olho nu, mas que mudam o curso da história. É preciso inocular na cabeça da população a consciência sobre essas dinâmicas e usar a arte como plataforma para entender as forças que estão em constante relação”, afirma o curador.
A artista pesquisou o ciclo da cana-de-açúcar e criou uma caixa de som feita de… rapadura. Em suas pesquisas, a artista percebeu que as primeiras epidemias de febre amarela e doenças transmitidas por mosquitos tiveram seu epicentro na economia açucareira colonial. Ao chegar perto, pode-se ouvir uma sinfonia composta pelas batidas velocíssimas das asas dos mosquitos, das folhagens da cana, das queimadas das plantações, e também das flautas mestiças, o “Pife”, que eram sopradas em procissões religiosas e profanas no mesmo período das primeiras epidemias de febre amarela, em meados do século XVIII.
O artista plástico Ricardo Carvão Levy compõe a própria obra como espelho da vida. A inspiração pode vir do entorno, de formas orgânicas da natureza ou ainda dos materiais que segue encontrando, transformando em escultura. O trípico da Série Tubismo criado a partir de material reutilizado, um único tubo de aço carbono, dispondo como técnica apenas cortes e dobras, sem retirar nem acrescentar matéria chama o espectador à reflexão sobre a importância da preservação ambiental.
O Brasil possui mais de 350 espécies de abelhas sociáveis – as que formam colmeias. Isso significa 1/3 das espécies totais de abelhas do planeta! O artista Ricardo Siri, que há tempos pratica a criação de abelhas nativas brasileiras, explora em sua instalação precisamente essa ideia – e nos convida a refletir sobre os modos pelos quais nós, os humanos, podemos também ser polinizadores, colaborando com os processos naturais pelos quais a vida próspera.
Você já viu uma colmeia de verdade? Você gosta de mel? Com um pouco de imaginação e uma olhadinha através de um olho mágico, podemos conhecer o universo das abelhas. Ao olharmos o trabalho do artista Siri, podemos perceber a visão das abelhas (grande angular) sobre nós!!!! Assim, os olhos delas nos enxergam.
Informações à Imprensa
Assessoria de comunicação Busão das Artes - ES
Eduardo Candeias
(27) 99661-7039
Busão das Artes
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